domingo, 7 de agosto de 2011

Educação e Criatividade

Hoje em dia fala-se muito em educação, no papel das escolas, nos resultados dos testes. Nos pais que não têm tempo, na média das notas, no acordo  ortográfico, no que fazer com as crianças nas férias, na inevitável compra de fichas para não se esquecerem de estudar. Damos (aliás, continuamos a dar) sobeja importância às notas que eles têm, como se fosse atestado da sua inteligência. Será que alguém se esqueceu o que se dá na escola?? Nós que somos pais, e também fomos filhos e alunos, não nos conseguimos lembrar do tipo de ensino que temos? Existem diferenças, claro; é mais difícil um aluno ser mandado para a rua ou ter uma falta disciplinar, nenhum professor usa régua de madeira a não ser para medir algo e os meninos não chumbam, mesmo que não tenham aprendido nada.
Mas a base educativa é relativamente semelhante, ensinam-se ideias feitas, conceitos decorados e nem as aulas das chamadas artes têm qualquer carácter criativo. Ensinam-nos para serem carneirinhos, não pensar, aceitar sem discutir - afinal, as coisas são assim porque são.
Mas será que alguém acredita que esta é a maneira certa de fazer as coisas? Porque não se deve ensinar as crianças e os jovens a pensarem por si próprios? Dá trabalho, dá mesmo muito trabalho. Se hoje é complicado convencermos alguém a ver a sua vida de outra perspectiva, a tentar dar a volta a uma situação de desemprego, a acreditar em si e no seu potencial (mesmo que não seja jovem, pois existe a crença instalada de que potencial é algo do domínio dos jovens), temos de aprender a relevar, a perceber que esta cultura de fatalismo está enraizada em nós, que não só aceitámos que assim fosse, como continuamos a fazer o mesmo com os nossos filhos.
Há que estimular a criatividade, o pensamento autónomo, dar armas de raciocínio e argumentação. É de pequenino que se torce o pepino, é de pequenino que se ensina a pensar. E isto torna o meu papel de mãe muito mais difícil, pois ensino-o a desafiar e argumentar, a questionar e dar valor às suas opiniões, mesmo que eu as considere absurdas, e, no meio de tudo isto, manter a autoridade. Mas também transforma esta relação de pais/filhos muito mais produtiva e enriquecedora, pois ponho-me no papel de aluno constantemente, e digno-me a aprender com ele, se calhar até mais do que ele aprende comigo.

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