quarta-feira, 25 de maio de 2011

A verdade ou a disparidade?

Não se pode agradar a todos, é sabido, até porque tudo nesta vida tem várias interpretações, pelo menos uma por pessoa. Aquela história de que a verdade é só uma, já foi. Parece-me mais do que evidente de que verdades existem muitas, a minha, a tua, a dele... nenhuma mais verdadeira ou mais importante do que outra.

No entanto, continuamos a tentar conjugar todas as realidades, permanentemente. Quem é que tem razão, de que forma as coisas devem ser feitas em cada momento, tentar ficar o mais isentos possível de qualquer interpretação dúbia. A informação, que deve ser transmitida de forma clara, pode ter sempre mensagens subliminares, se não por quem emite a informação, então por quem a recebe, que poderá fazer o mesmo trabalho.

Tal é patente na análise das obras de arte, estejamos a falar de pinturas, esculturas ou mesmo poemas. O artista pintou assim porque queria dizer isto e aquilo, escreveu este poema mas queria transmitir esta ou outra ideia da qual não se encontra qualquer registo. Será que os artistas, quando criaram as suas obras estavam mesmo a pensar em 2, 3 ou 4 ideias diferentes a transmitir de forma indirecta? Ou será que simplesmente deram forma àquilo que lhes ocupava o espírito, tentando livrar-se de algo incómodo e inconsciente com o único objectivo de sentirem-se mais leves?

Assim somos nós no nosso dia a dia, pensamos mais ou menos naquilo que dizemos, na forma como fazemos, na importância que damos a isto ou aquilo. Mas por mais cuidados que tenhamos, somos sempre, mas sempre, passíveis de ser mal interpretados. Há-de sempre haver alguém, mais próximo ou mais afastado, que nos olha nos olhos e vê algo completamente distinto daquilo que realmente somos. Será culpa nossa, será dos outros, esta disparidade de ideias? Qualquer resposta a esta questão parece-me absolutamente irrelevante.

Absolutamente essencial é estarmos a par de como as coisas funcionam, que todos somos diferentes, por mais que nos tentemos aproximar nunca seremos iguais. Cada um com o seu propósito, cada um com o seu objectivo, cada um com o seu par de olhos e lentes muito próprio.

Sintam-se insultados ou elogiados pela minha presença, pois nada poderá travar a corrente do que sou.

1 comentário: