terça-feira, 24 de maio de 2011

Cego é quem não quer ver

Estou cansada, permanentemente cansada. Quanto mais coisas tenho em que pensar, quanto maior a gravidade dos assuntos em mãos, mais arranjo com que ocupar as mãos. Trabalho, limpo, cozinho, arrumo, faço e desfaço até à exaustão, na esperança de que, perante o meu cansaço, os problemas tenham dó de mim e queiram resolver-se sozinhos.

Por mais ou menos racional que seja uma atitude destas, confesso que não é mais do que um impulso, algo difícil de controlar. Na ausência de controle daquilo que realmente interessa, dos assuntos que nos governam a vida, há sempre a tentativa de controlar, nem que sejam as coisas pequeninas. No entanto estou cansada, muito cansada, e tudo continua por resolver.

Há que entregar aquilo que é mais importante, a quem pode, deve e sabe decidir por nós. Mas será que Deus fará todo o trabalho por nós se não dermos uma ajudinha?

Será que basta ter a sensatez e humildade de entregar a nossa vida, e encarar tudo com passividade? Então e a luta, a conquista? Será que todos os grandes momentos são feitos puramente de acasos divinos? Qual o nosso papel no meio de tudo isto? Será que todos os grandes Homens esperaram quietos e sentados aguardando o momento em que seriam chamados?

Quero participar e não tenho coragem, quero agir e vejo-me parada, quero tomar a iniciativa mas falta-me a pertinência.

Dá-me a tua luz, Senhor e ensina-me a ver.

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