terça-feira, 19 de julho de 2011

O que nos põe doentes também nos faz mais fortes?

Perante as adversidades da vida, temos variadíssimas formas de reagir, podemos lutar, desistir, engolir, ignorar, esquecer, conformarmo-nos ou mesmo até remoer.
Mas mais do que a reacção imediata àquilo que nos confronta, o importante, aquilo que realmente nos define, é a forma como conseguimos viver ou conviver com estes acontecimentos depois do primeiro impacto.
Podemos estar a falar de pequenas coisas, que até parecem sem importância para uns, e ser alvo de grande distúrbio para outros, mas podemos também abranger os grandes acontecimentos que determinam toda uma vida.
O que nos define como pessoas não é o termos perdido o emprego por uma casualidade do destino, termos ou não encontrado quem nos satisfaça ao ponto de querermos partilhar o resto da vida…
Mas sim o que fizemos depois de perder o emprego, se encarámos este facto como uma fatalidade da vida ou como uma oportunidade, se deixámos que nos tirasse o ânimo ou, por outro lado, espicaçou-nos ao ponto de arriscarmos uma vida totalmente diferente.
Porque o típico português tem muita tendência para a fatalidade e para o fado, encara com tristeza cada fase da vida, resiste à mudança até ser absolutamente inevitável. Mas este também é o português do desenrascanço, mostrando uma excelente capacidade criativa e de engenho quando assim o pretende. Nitidamente é uma questão de motivação. O que não nos mata torna-nos mais forte, infelizmente só quando quase nos mata é que finalmente resolvemos dar a volta ao bicho e pôr mãos à obra, mudar a rota do nosso destino.
Aqui está, enquanto resistimos, conformamo-nos e tentamos ignorar, vamos ficando doentes, porque o nosso organismo recusa uma acção passiva sobre aquilo que o ataca. Mas perante muitas insistências e ataques, pomos em risco a nossa própria existência. Nessa altura, podemos ter aguentado os ataques de tal forma, que deixemos de ter capacidade de reagir quando nada mais nos resta.
Agora pergunto: será que o que nos põe doentes também nos faz mais fortes? Indubitavelmente sim, basta querermos.

Sem comentários:

Enviar um comentário