quarta-feira, 13 de abril de 2011

A busca do Graal

Chega a Primavera e quando tudo deveria surgir de novo, brotar novas formas de vida das antigas raízes, tudo continua na mesma. Não nos conseguimos adaptar aos ritmos da natureza como se dela não fizéssemos parte.
Como seres humanos que somos, deveríamos fazer parte integrante do mundo natural, seguindo os seus ritmos e viragens, adaptando-nos ao ambiente como se de um só organismo se tratasse.
No entanto, não é isso que se passa. Há muito tempo que recusámos esse papel, colocámo-nos à parte, entrámos em guerra. Entrámos em guerra com a natureza como se de um inimigo se tratasse, considerando tudo uma ameaça, primeiro à sobrevivência, depois à evolução, por fim ao conforto.
Continuamos a desculpar que a natureza tudo sabe e irá encontrar o seu caminho independentemente das agressões que lhe fizermos - há tanta gente a pensar assim, consigo e apenas em si. E da mesma forma que seguem este raciocínio, automaticamente seguem outro também, pensam em si em detrimento dos outros, tornam-se egoístas com todo o mau estar e isolamento que esse comportamento acarreta.
Pois bem, ao mesmo tempo que nos recusamos a seguir os ritmos da natureza e prolongamos o inverno - de intenções, de sentimentos, da vida - recusamo-nos a evoluir, pois segundo as leis da natureza, para nascer algo de novo o velho tem de morrer.
Este inverno prolongado não poderá durar muito mais, é sabido que as estações podem prolongar-se por mais um ou dois meses do que o estipulado, mas não duram para sempre.
Por vezes sinto-me no inverno da Humanidade, em plena Idade Média, onde as forças obscuras rodeiam-nos e ditam as leis. Existe também uma pequena força de rebeldes, independentemente da sua localização, estrato social ou educação, que acreditam e lutam por uma vida melhor. Aqueles que estão dispostos a dar a vida por uma causa, independentemente dos seus fatos andrajosos. Normalmente esta rebelião tem vários líderes, pois todos apoiam uma causa comum e não só um indivíduo.
Esta é uma visão muito romântica, pelo menos para mim que adoro as lendas do rei Artur em busca de um Graal, por tantos defendido ser não mais do que o ventre de Maria Madalena.
Mas não interessa o que é o Graal na realidade.O importante, aquilo que faz realmente a diferença é a busca de algo melhor.
Agora, como então, a busca continua.

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